O partido adotado prioriza a criação de espaços que viabilizem a realização das atividades cotidianas da família, principalmente as voltadas para a agricultura. Os ambientes se organizam em dois volumes dispostos de modo a aproveitar os recursos naturais, como os ventos e o sol, para a garantir as melhores condições de conforto térmico e lumínico.
A composição por partes independentes se dá a partir de eixos que favorecem a ventilação cruzada, resfriando assim passivamente os ambientes. Os mesmos dão origem aos eixos de acesso e circulação, que integram a habitação com as demais atividades ocorrentes no entorno. Ela é combinada com o posicionamento das varandas nas fachadas de maior insolação, norte e oeste, o que permite maior sombreamento dos ambientes nos dias quentes.
Complementando a sombra gerada pelas varandas, o telhado, além de exercer sua primordial função de proteção contra as intempéries, se expande para além dos limites das paredes, gerando espaços de sombra no exterior da casa. Isto permite um melhor aproveitamento das áreas periféricas e mantém os usos já tradicionais dos espaços de varanda. Além disso, suas águas bastante acentuadas melhor identificam a habitação em meio a natureza, contribuindo para a aceitação cultural da arquitetura proposta.
Em termos de zoneamento, a privacidade da família também é contemplada. Os programas relativos aos usos comuns são acomodados em volume independente da área privada. Os volumes são conectados por uma ampla área externa sombreada e ventilada que pode ser fechada por divisórias se assim desejado pela família, dando destaque para a ligação da cozinha com a varanda e o pátio, que facilita a realização das atividades relacionadas ao cultivo agrícola e também promove a convivência de maneira confortável.
