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2213_Pavilhão do Brasil na Expo Osaka 2025

Ao imaginar uma terra sem fronteiras sobre a qual todos os seres possam caminhar e desfrutar, assim se materializa o pavilhão brasileiro em Osaka. Inspirado no conceito de Yvyrupa da cosmologia indígena Guarani, onde não há limites para os percursos, o pavilhão propõe-se a trazer a poética do caminhar, estruturando seu percurso em ilhas, constituintes de um arquipélago continental.

O visitante, ao chegar, depara-se com uma grande casa coletiva, uma grande onda que abriga o espaço principal de exposições, um amplo espaço de reuniões como aqueles que estão centralmente localizados nas casas coletivas Yanomami. O pé-direito triplo não é inicialmente revelado; há um anteparo que protege a fachada principal em relação às intempéries, ao sol e ao vento: um grande plano dourado de vinilona, marca registrada por imigrantes japoneses do transporte rodoviário do Brasil. Abaixa-se a cabeça em leve reverência sendo conduzido para debaixo da jangada, onde junto ao palco da costa brasileira, irrompe ascendente a luz de projetores que traduzem os movimentos na imagem de cardumes de peixes, por meio da arte interativa, que nadam sob o plano suspenso da jangada, responsivamente conforme o movimento.

No fundo do espaço principal se percebe uma Oca, cabana ancestral que propõe um resgate em encontro com a ancestralidade de povos originários brasileiros e japoneses. A composição formal parte de um paralelismo cultural das cabanas originais ainus e kaingangues, que primeiro construíam a cobertura para depois erguê-la, em um processo coletivo. Tal cobertura tramada em juta é equipada com pequenas luzes que acendem ao sensor de movimento, conformando constelações efêmeras de luz.

Após contornar a oca, acessa-se o espaço de maior permanência, a jangada, que flutua sobre as ondas sonoras, as quais reverberam na vibração da água suspensa, refletindo luzes e sombras ondulantes no interior da cobertura superior, abobadada. Pode ser soprada por dois ventos: o que nos levou até aqui, a vela dourada da vinilona, tesouro que impulsionou o transporte doméstico; e outro representado pelo balão de ar, uma atmosfera da qual devemos cuidar, e que nos diz que o futuro é ancestral. O seu posicionamento propicia espaços de trocas e apresentações culturais tipicamente brasileiras, danças indígenas como o Tangará e o Xondaro, jogos dos povos afro-brasileiros como as rodas de capoeira que mesclam luta, dança e cantos, como também possibilita ver o fogo-fátuo marítimo João Galafuz, mito pernambucano que simboliza o presságio de tempestades e naufrágios.

Complementa a grande onda uma barra prismática, uma paliçada em madeira que se ergue como as raízes aéreas de um mangue, abrigando a circulação vertical com os programas de apoio, gerando visuais de contemplação das áreas expositivas a partir das estações de trabalho. A adição dessa barra de características arquitetônicas contemporâneas alude à diplomacia necessária entre culturas, em uma referência ao regionalismo crítico, ao incorporar o que há de mais interessante nas tecnologias dos dias atuais aliadas a inspirações de arquitetura ancestral.

A topografia acomoda sinuosos espelhos d’água, referenciados nos trabalhos de Lina Bo Bardi e Tomie Ohtake, e dela não se retira nem acrescenta terra, apenas se molda, como que com as pontas dos dedos. Sobre esta geografia, réplicas em tamanho grande dos Bichos (1965) de Lygia Clark repousam e se exibem, dispostos a mudar de forma e personalidade na interação com os visitantes.

status:
concurso

ano:
2022

localização:
Osaka, Japão.

cliente:
iabr, apex brasil

arquitetura:
Gabriel Johansson Azeredo, Pedro Leggerini, Ruti Luiza Conrad, Lucas Roberts de Melo.

equipe:
Sara Borelli (arquitetura), Juliana Pádua (arquitetura), Livia Koeche (expografia), Leticia Garcia (estagiária de arquitetura), Matheus Werner Samuel (estagiário de arquitetura), Paola Osterkamp (estagiária de arquitetura), Paulo Fernando Torres Santos (estagiário de arquitetura).

imagens:
scopeomedia

Desenhos

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