As travessias sobre o Rio Capibaribe aqui apresentadas se calcam no entendimento de que a beleza mais perene em arquitetura e engenharia é aquela que se baseia no melhor aproveitamento da técnica construtiva, da solução estrutural, da geometria e das proporções plásticas em serviço das reais necessidades da sociedade. Acreditamos que a síntese destes elementos através de um desenho oportuno que engendre uma estrutura lógica, bela e útil é o mais alto que podemos almejar para a boa gestão do patrimônio público.
Uma ampla gama de fatores técnicos são fundamentais para que se compreenda o projeto. Em relação à geotecnia, uma análise cuidadosa das características do solo na área desaconselha fortemente que se acumulem as cargas em poucos pontos de fundações. Para a seleção do material estrutural predominante, se considerou o concreto como o material mais adequado para o ambiente costeiro tanto em termos de manutenção futura como em termos de custos iniciais frente à instabilidade que se verifica com a escalada recente no preço do aço.
Ainda que o desenho da estrutura viabilize sem dificuldades a técnica construtiva dos balanços sucessivos, entendemos que, pela disponibilidade de ampla área livre no canteiro, a opção mais econômica é a da pré-fabricação das peças estruturais das vigas e tabuleiro. A seção contínua característica da proposta simplifica e barateia a execução. O uso da protensão viabiliza uma estrutura de dimensões enxutas, com peso e uso de material racionalizados.
É preciso ressaltar que a responsabilidade dos envolvidos neste certame perante a população recifense vai muito além da promoção de um símbolo. É preciso comprometimento com a exequibilidade das obras, com a manutenção de longo prazo e com as belezas naturais do rio Capibaribe, o símbolo maior da cidade de Recife que vislumbramos mais unida, próxima e próspera com a implantação deste projeto.
