A Casa da Sustentabilidade (doravante referida como “Casa”) foi concebida para se integrar completamente ao Parque Portugal. Propõe-se que a visita ao edifício seja uma experiência fluida e concatenada com os demais percursos existentes no parque, amalgamando-se aos espaços abertos circundantes tanto através da continuidade de seus fluxos como com seus elementos de arquitetura que procuram diluir a transição entre áreas externas e internas ao longo da promenade.
Um percurso periférico protegido pela generosa cobertura do edifício circunda toda a planta, o que significa que independentemente da direção pela qual o visitante se aproxime, uma vez acolhido pela Casa, todas as rotas estão disponíveis. O acesso noroeste prevê uma larga escadaria em leque que se desenvolve ao redor do salão de reuniões principal. Uma pequena fenestração oferece a possibilidade de saber se há alguma atividade de interesse em andamento, ratificando o caráter público do edifício.
Aberturas para a casa de bombas responsável por levar a água filtrada pelos jardins aos reservatórios superiores, localizada sob a escadaria que leva à cobertura, reforçam o caráter didático da construção.
As amplas portas de acesso no sudeste alinham-se com as portas do acesso noroeste, de modo que a galeria de exposições principal funciona como uma adjacência ao percurso proposto, não exigindo do visitante que dê meia volta e percorra novamente alguma área já visitada se isso não for de seu interesse. Assim, a visita ao edifício se torna muito mais atraente mesmo para o transeunte cotidiano, que muitas vezes atravessa o parque por necessidade e que dessa maneira pode se sentir convidado a agregar a Casa ao seu roteiro diário e, possivelmente, também a sustentabilidade que ela propala ao seu estilo de vida.
O espaço de exposições temporárias conta com pé-direito alto e abundante iluminação natural proveniente tanto das aberturas laterais, protegidas da insolação direta pelas longas projeções da cobertura do edifício, como pela iluminação zenital sobre o alinhamento das portas, onde a proteção dos raios solares se dá pelo posicionamento estratégico de placas solares – gesto que une simbolicamente as estratégias de economia ativa e passiva de energia presentes no edifício. As áreas administrativas integram-se visualmente ao salão de exposições, fazendo proveito de sua iluminação natural.